A
presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, da Ordem dos Advogados
do Brasil, Adélia Moreira Pessoa vai receber o prêmio Bertha Lutz, em
solenidade especial que ocorrerá em março de 2013, durante a programação
alusiva ao Dia Internacional da MuIher, em Brasília. Pessoa foi indicada pelo
Ministério Público de Sergipe e apresentada pela senadora por Sergipe, Maria do
Carmo Alves (DEM).
“Indiscutivelmente,
foi uma indicação mais do que merecida. Quando o Ministério Público a indicou,
fizemos questão de trabalhar para que ela fosse a escolhida, considerando a sua
atuação em Sergipe, a favor do povo”, destacou a senadora Maria do Carmo. A votação ocorreu ontem (18) e os nomes dos
escolhidos devem ser registrados até esta quinta-feira (20).
Curriculum - Adélia Pessoa licenciada em História e especialista em Ciências Educacionais e em
Direito de Família e Políticas Públicas. É advogada e presidente da Comissão de
Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE.
Durante
aproximados dez anos, atuou como procuradora
de Justiça de Sergipe, exercendo funções nas Comarcas de Frei Paulo, Riachuelo,
Laranjeiras, Lagarto e Aracaju. Na capital, ela participou da implantação do Programa de
Defesa Comunitária.
Integra a
Câmara Técnica de Gestão e Monitoramento do Pacto de Enfrentamento à violência
contra a Mulher de Sergipe. É professora de Direito de Família na Faculdade de
Sergipe (Fase), desde 2007. E professora de Direito de Família e Sucessões na
Escola Superior da Magistratura do Estado de Sergipe, desde 2000; e
professora-adjunta aposentada da Universidade Federal de Sergipe, onde lecionou
nos Departamentos de Educação e Direito, dentre outras atividades.
Quem foi Bertha Lutz - Filha de Adolfo Lutz,
cientista e pioneiro da Medicina Tropical, e de Amy Fowler, enfermeira
inglesa[1],
Bertha era bióloga
de profissão. Estudou ciências naturais em Paris, na Sorbonne, com
especialização em anfíbios anuros. Bertha foi a principal autora da publicação Lutz's
Rapids Frog, que descreveu o Paratelmatobius lutzii (Lutz and Carvalho,
1958).
Depois de tomar contacto com os movimentos feministas da
Europa e dos Estados
Unidos, Bertha criou as bases do feminismo no Brasil. Foi a fundadora da Federação Brasileira pelo
Progresso Feminino (FBPF), em 1922, após ter representado o Brasil na assembléia geral da Liga das Mulheres Eleitoras, realizada
nos Estados Unidos, onde foi eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana.
Em 1934 as mulheres do Brasil adquiriram o direito ao voto, uma consequência do
trabalho das organizaçoes feministas da epoca.
Foi eleita suplente para deputado federal em 1934, após duas
tentativas malogradas de se eleger. Em 1936 assumiu o mandato.
As principais bandeiras de luta eram mudanças na legislação trabalhista com
relação ao direito feminino ao trabalho, contra o trabalho infantil, direito a
licença maternidade e a equiparação de salarios e direitos. Em 1937, com o golpe do Estado Novo e o consequente fechamento do Congresso Nacional Bertha continuou a sua
carreira em órgãos públicos, a exemplo do cargo de chefia no setor de botânica
do Museu Nacional que ocupou até aposentar-se, em 1964.
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