Empresários da construção civil que chantageam o governo e paralisam obras com o objetivo de aumentar o valor do contrato de serviço foram alvo do discurso do líder do governo na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (25). Segundo o deputado Francisco Gualberto (PT), não se pode generalizar o fato, mas todo mundo reconhece que em todos os setores existem empresários sérios e outros não sérios.“É notório que determinados empresários colocam o preço lá embaixo para começar a obra, depois pedem um aditivo, que está na lei, mas logo depois pedem outro e mais outro. Isso é chantagem ao Estado para se apropriar do dinheiro público em volume que seja do seu interesse”, acusou Gualberto, enfatizando que o atual governo tem como meta combater esta prática.Como exemplo aleatório, o deputado cita a obra de pavimentação na estrada que dá acesso à Atalaia Nova, na Barra dos Coqueiros. Segundo ele, a empresa vencedora da licitação deu início aos trabalhos, mas depois de certo tempo queria o reajuste do contrato, ameaçando abandonar os trabalhos. Como o governo não atendeu, a obra foi paralisada.“Essa é uma situação delicada, porque para a população nada disso interessa. Eles querem ver a obra sendo feita. Mas nós temos a obrigação de combater essa cultura do roubo”, disse, citando também como exemplo a obra de esgotamento sanitário do bairro Santa Maria, paralisada pelo mesmo motivo.Francisco Gualberto garante que essa prática pode acontecer em qualquer governo, mas a intenção de Marcelo Déda é combatê-la de todas as formas. “Quero lembrar que a obra da barragem do Poxim foi paralisada no governo passado porque o Tribunal de Contas entendeu que tinha superfaturamento. Mas isso, muitas vezes, é a chantagem do empresário perante o governo, independente de quem seja o governante”, disse.Outro aspecto relevante no atual governo, segundo o parlamentar, é o zelo com o dinheiro público. Gualberto contou que recentemente foi abordado na rua por um empresário que presta serviços ao Estado há muitos anos. “Ele se queixava, dizendo que sua empresa está prejudicada no atual governo, no ponto de vista dele, porque a Cehop agora compra matéria prima diretamente nos fornecedores, muitas vezes tirando de circulação atravessadores que ganhavam dinheiro fácil”, resumiu.E ao contrário do que imaginava o empresário, o deputado governista vibrou com a informação. “Se eu já estava tranqüilo em relação ao zelo que o nosso governo tem com o dinheiro público, depois dessa declaração fiquei ainda mais tranqüilo. Demonstra que a prática de empreiteiro chantagear o Estado, não é aceita no nosso governo”, frisou, lembrando que o próprio empresário citado reconheceu que existem obras sendo feitas hoje pela metade do preço em relação ao governo passado.“Portanto, quero dizer que uma obra que começa com R$ 80 milhões e termina com R$ 170 milhões tem roubo. Mas não estou acusando diretamente A nem B. Não estou fazendo a política do denuncismo. Quero dizer apenas que é preciso combater essa prática da chantagem, e isso o nosso governo está fazendo”. (Gilson Souza)
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