Diante de tanta miséria, os noticiários de mortes de crianças que são arrastadas pelas enchentes por falta de saneamento básico têm ganhado destaque na imprensa local e nacional. Isso só demonstra que Sergipe vem aplicando muito bem o dinheiro do PAC.
Nos últimos meses, presenciamos a morte de uma criança de 8 anos que estava brincando à beira de um córrego (canal) no Conjunto Almirante Tamandaré e acabou sendo arrastada pela correnteza num período de chuva. Recentemente, a vítima foi mais uma criança, desta vez de apenas dois anos de vida. Perguntamos de quem é a culpa. Dos governantes que não oferecem estrutura e um saneamento básico digno de uma arrecadação milionária de impostos? Ou dos pais que não se atentaram aos perigos e não tomaram conta dos seus filhos?
Às vezes nos ocupamos por coisas banais e esquecemos que milhões de crianças vivem sobre condições desumanas. O estado deplorável de moradia representa um cartão postal da vergonha e do esquecimento. Será que, se essas crianças tivessem melhores condições de vida, não estariam vivas hoje? E porque só os pobres morrem em desastres como esses? A resposta é lógica: Lá não moram ricos e sim sofredores que sonham e esperam por ações dos governos, que infelizmente nunca chegam.
O mais lamentável disso tudo é que, mesmo depois dessas mortes, nem mesmo os governos estadual e municipal tomaram providências para evitar que mais crianças continuem pagando pelos erros dos adultos.
Ao assistir uma entrevista do Presidente da Emsurb na TV Sergipe, onde o mesmo informou que nada pode fazer no momento, sem previsão de resolver o problema desses “inocentes sofredores”, fiquei indignada e ao mesmo tempo assustada com as respostas. Segundo essa “autoridade”, as ações não podem ser feitas porque podem criar problemas sociais com os moradores ao ter que tirá-los dos locais. Mas será que esses moradores trocariam um imóvel, mesmo alugado por período curto num local adequado e humano, para continuar na miséria? Nada que uma boa conversa não possa resolver. O que falta mesmo é interesse por parte dos governantes e o resto é “balela”.
Cadê as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) que nunca chegam? Parece mais uma promessa virtual do que um programa social. Enquanto elas não chegam, aquele que precisa e necessita de ajuda amarga a dor da perda de um ente querido. É o nosso Estado ganhando destaque no “rol da vergonha”.
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