O defensor público, Miguel Cerqueira, e a assistente social, Maria das Graças |
As famílias que residem na Comunidade Portelinha e Travessa dos Pedreiros, no município de Barra dos Coqueiros, foram surpreendidas com a visita dos coordenadores dos Núcleos de Bairros e Direitos Humanos, os defensores públicos Alfredo Carlos Nikolaus e Miguel Cerqueira, que estavam acompanhados da assistente social, Maria das Graças Ribeiro e do presidente da Associação Viva Sergipe, Jean Pierre.
Valdira Geralda se emociona ao relatar sua vida |
O objetivo da visita, segundo Alfredo Nikolaus, foi verificar a situação de moradia e as condições de vida de dezenas de famílias que residem no local. “Vamos fazer um levantamento dos terrenos ocupados para verificar a situação de posse dos ocupantes, objetivando eventuais ajuizamentos de ação de usucapião. Além disso, vamos atuar também na melhoria da saúde e educação”, disse.
Defensores Públicos e assistente social visitam moradores |
De acordo com informações colhidas junto aos moradores, os defensores públicos constataram que muitas famílias vivem em condições desumanas. “Na travessa dos Pedreiros, conhecida como “Suvaco do Cão”, as pessoas vivem em palafitas à margem de esgotos e sem nenhum saneamento básico. Encontramos pessoas doentes e vivendo apenas do bolsa família, mas há um número que não consegue se cadastrar no programa porque não tem comprovante de residência. A situação deles é muito crítica”, apontou.
Presidente da Associação mostra as condições dos moradores |
O presidente da Associação Viva Sergipe, Jean Pierre, denunciou a deficiência na saúde e educação. “Muitas pessoas não têm acesso a saúde digna, além das crianças que não estudam por falta de uma Creche. O filho de dona Valdira contraiu a meningite quando tinha um ano de idade e hoje ele está com cinco anos, mas acreditamos que tiveram outros casos aqui na Barra que não foram registrados. Os moradores não recebem nenhum auxílio dos governos e por isso, pedimos ajuda aos defensores Dr. Alfredo e Dr. Miguel para melhorar a situação dessas pessoas”, conclama.
A ex-catadora de latinha, Valdira Geralda dos Santos, 52 anos, mora numa pequena casa de quatro compartimentos com o marido, 3 filhos, 3 netos e 3 genros, na Comunidade Portelinha. Aparentemente com a saúde fragilizada, Valdira não consegue segurar as lágrimas ao relatar sua história. “Saí do Povoado Mocambo, em Pinhão, para tentar uma vida melhor, mas aqui o sofrimento é demais. Meu marido é servente de pedreiro e não temos nenhuma renda fixa. Tem dias que ele consegue serviço e no dia que não consegue vai ao Ceasa catar alimentos para sustentar a família. Recebo R$ 126 do bolsa família, mas esse valor não dá para nada. Meus filhos e genros catam latinha e verduras para complementar a renda, mas tem dias que não temos o que comer em casa. Tenho vários problemas de saúde, sofro desmaios constantes e dores fortes no coração. Meu sonho era ter uma casinha melhor, ter saúde e o que comer”, se emociona.
CIAPS - A assistente social do Centro Integrado de Atendimento Psicossocial da Defensoria Pública (CIAPS), Maria das Graças Ribeiro, afirmou que a Defensoria prestará toda assistência. “Vamos fazer o levantamento do número de famílias que necessitam de assistência médica e que estão passando necessidade. A Defensoria vai tentar viabilizar uma doação de alimentos e assistência à saúde, através do Ciaps e Núcleo da Saúde. Vamos iniciar o cadastro logo em breve”, garantiu.
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