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quinta-feira, 21 de março de 2013

Defensoria Pública presta assistência às famílias retiradas do Bairro 17 de Março


Em atendimento aos inúmeros pedidos de algumas famílias que ocupavam ilegalmente os imóveis do bairro 17 de Março e que estavam sendo retiradas por força de uma Liminar de Reintegração de Posse, a Defensoria Pública do Estado, por intermédio dos Núcleos de Bairros e Direitos Humanos, encaminhou nesta quinta-feira, 21, uma equipe formada por defensores públicos, psicólogos e assistentes sociais ao local para prestar assistência aos ocupantes.


Alfredo Nikolaus esclareceu que o objetivo inicial da Defensoria Pública foi garantir e preservar os direitos humanos e a dignidade de mais de 800 famílias. “Em nenhum momento a Defensoria Pública foi comunicada por parte da Prefeitura de Aracaju quanto ao dia da desocupação dos imóveis. Recebi ligações de moradores que pediram a presença da Defensoria Pública por temer algum excesso nas ações da Polícia Militar, por isso fomos até o local para preservar a integridade física dos ocupantes”, afirmou.


No início da manhã o defensor público, Alfredo Nikolaus, conversou com algumas famílias e explicou o motivo da presença da Defensoria Pública. “Estamos aqui para garantir o direito de todos. Além disso, vamos verificar a situação como o recebimento de auxílio moradia, afinal, há inúmeras pessoas com crianças e idosos que não têm para onde ir e tampouco condições de pagar um aluguel”, explicou.


Após obter informações de alguns ocupantes, o defensor público decidiu fazer um cadastramento daqueles que não estão recebendo auxílio moradia. “Infelizmente comprovamos que maioria não recebe auxílio, daí decidimos fazer o mapeamento daqueles que invadiram as casas e apartamentos para intercedermos junto ao município com o objetivo de beneficiar as famílias que se encontram em vulnerabilidade social. Se a Prefeitura de Aracaju negar o auxílio, iremos ingressar com uma Ação Civil Pública para pleitear o benefício”, garantiu.


O autônomo Dênisson dos Santos – que morava no local com a filha de quatro anos – disse que não tem para onde ir. “Não estamos recebendo auxílio e tampouco não tenho renda fixa para alugar um imóvel. A Defensoria Pública vem ajudando os mais carentes e acreditamos que vai se empenhar ainda mais para conseguir um auxílio moradia para a gente”, disse confiante.

A catadora de recicláveis, Maria de Fátima Nascimento, 60 anos, relatou que o auxílio moradia que vem recebendo está atrasado há dois meses e mostrou-se indignada com a atitude da Prefeitura. “Tiro uma média de R$ 50 a R$ 70 por semana para sustentar meu marido que também é catador de lixo, mas está doente, além de dois netos e um filho desempregado. Não sei para onde eu vou e não tenho condições de pagar um aluguel”, se desespera.

Durante o cadastro, policiais da PM deram suporte à equipe da Defensoria Pública no cadastramento das famílias, que após um crescimento desordenado das filas foi suspenso.

“O Major da PM, Edenisson, preocupado com a crescente fila, encaminhou alguns policiais para nos auxiliar, mas muita gente que não fazia parte do grupo que invadiram os imóveis começou a formar enormes filas se misturando aos ocupantes. Decidimos suspender o cadastro, distribuímos algumas senhas e pedimos que os demais comparecessem a sede da Defensoria Pública ou se reunissem com os líderes comunitários para solicitar que os mesmos se dirigissem à instituição com a lista dos moradores, uma vez que essas pessoas já vinham realizando reuniões, onde constam nas atas os nomes das famílias”, informou a assistente social, Maria das Graças Ribeiro. 

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