"A
imprensa é tão poderosa no seu papel de construção de imagem que pode fazer um
criminoso parecer que ele é a vítima e fazer a vítima parecer que ela é o
criminoso. Esta é a imprensa, uma imprensa irresponsável. Se você não for
cuidadoso, os jornais terão você odiando as pessoas que estão sendo oprimidas e
amando as pessoas que estão fazendo a opressão.” Malcolm X
Nos dias presentes algumas
manchetes que têm estampado as paginas dos jornais, noticiários de televisão e
também de emissora parecem quer subverter o significado do vernáculo latino.
De fato os jornalistas, redatores
de jornais e radialistas que se propõem a divulgar determinas notícias se tem
na conta de idiotas no sentindo grego da palavra ou então nos têm a nos todos
seus ouvintes, leitores e telespectadores na conta de idiotas no sentido latino
ou português da palavra.
A propósito do asseverado se tem a
notícia divulgada por um dos grandes jornais do estado de São Paulo e
repercutida irrefletidamente por jornais e emissoras de rádio e televisão de
todo o país. A notícia dizia respeito à contratação já quando da saída do
Ministério pelo então ministro da saúde de uma ONG pertencente ao seu pai para
operar programas da pasta.
A ONG referida tratava-se da
KOINONIA PRESENÇA EUMÊMICA E SERVIÇO, organização com sedes no Rio de Janeiro,
São Paulo e Salvador, fundada em 1.994, por entre outros Betinho, o irmão do
cartunista Henfil, aquele individuo que incansavelmente empreendeu campanhas de
combate a fome, mas também por outros
cidadãos católicos e de Igrejas protestantes históricas.
A ONG que se viu envolta por
intensa campanha difamatória editou por muito tempo uma revista mensal que
tratava de diversos assuntos, notadamente, econômica e política, tratava-se da
Revista "Tempo e Presença" . Ainda hoje a organização que fora vítima
de insidiosa campanha por parte de jornalistas idiotizados, que no afã de
destruir as possibilidades eleitorais do ex-ministro, a soldo de políticos e empresários de má-fé,
não se deram o cuidado de pesquisar acerca da seriedade e da veracidade dos
fatos que divulgavam.
Esclareça-se que a organização
desde a sua fundação tem contrato com todos os governos estaduais e federais
que ocuparam os palácios. Os membros da ONG, na sua maioria militantes de
organizações cristãos têm em conta e acreditam apenas na prática do bem. São
cristãos autênticos, a exemplo daqueles relatados nos "Atos dos
Apóstolos", "que tinham tudo em comum, repartiam os seus bens e não
haviam pobres entre eles".
A ONG que a imprensa tentou
destruir com a divulgação de notícias mentirosas é responsável por campanhas em
defesa dos direitos de indígenas, quilombolas, portadores do vírus HIV e de
outros segmentos da sociedade civil.
De fato se a jornalista se desse ao
cuidado de pesquisar, sem não fosse movida pelo ódio ou então se não andasse
nas nuvens, isolada do mundo real, da comunidade e da civilização, como um
idiota no sentido grego da palavra, não teria a estupidez de querer atingir quem
efetivamente prestar serviços aqueles a quem a sociedade vira o rosto. Por
outro lado, inadmissível, uma vez constado o erro, não se divulgar pedido de
desculpas. Tal só acontece visto que os homens de imprensa, do chamado quarto
poder, se acharem auto-suficientes, acima do bem e do mal, idiotas no sentido
grego da palavra e acreditarem que todos nós, o grosso da sociedade somos uma
multidão de idiotas no sentido latino do termo, que não detemos qualquer
espécie de conhecimento a não ser aquele divulgado pelos pasquins e emissoras
de rádio e televisão.
Sem dúvidas vivemos em uma sociedade de
farsantes, um verdadeiro circo, na qual alguns idiotas no sentido grego da
palavra nos vêem a todos como bobos da corte.
De fato a sociedade farsesca em que
vivemos é de tal magnitude que nem mesmo o grande dramaturgo Jean Baptiste
Poquelin, o Moliére, com as suas peças seria capaz de criar comédias como a que
desde ontem, 05 de fevereiro de 2014, vem divulgando os jornais e televisão
acerca do "arrependimento" de uma médica cubana, que se diz enganada
quando ingressou no Programa Mais Médicos e embarcou de Cuba rumo para ao Brasil.
A respeitável senhora, que quarda
muita semelhança com aquela senhora retratada por Friedrich Dürrenmatt, o dramaturgo suíço, na sua obra prima, uma das
maiores da dramaturgia mundial, Clara Zahanassían.
No caso específico da senhora médica cubana, a
vistosa e incorruptível "Isis" serve de instrumento de propaganda contra
o Programa Mais Médicos, é petrecho que se presta a desmoralização do programa que é bem avaliado e querido pela
população, a serviço de partidos
políticos, DEM, PPS e PSDB, agremiações que advogam um modelo de saúde privada,
no formato do modelo neoliberal, modelo no qual a saúde e as doenças são
mercadorias para enriquecimento e lucro fácil de empresas de medicinas e
profissionais médicos, com sua postura que mal consegue disfarçar a desfaçatez.
A trama elaborada por políticos, na sua maioria
médicos e proprietários de hospitais, elementos notoriamente de Direita, que se
colocaram contra o Programa desde a sua gestação, tem o único objetivo de
desconstrução de um modelo que permita o acesso de grandes contingentes de
pobres aos serviços de saúde. Esses políticos que aliciaram a senhora para seus
nefandos objetivos não têm qualquer preocupação com as condições de trabalho e
possíveis vícios da contratação dos profissionais médicos cubanos, o que eles
querem é ver a população desassistida, promovendo quebras-quebras nas portas de
hospitais, produzindo notícias que lhes permitam tirar proveito político
eleitoral da situação.
Destarte, no caso da médica cubana, que se
encontra alojada no gabinete de um médico/deputado do DEM, a mesma igualmente a
Clara Zahanassían, a personagem de Friedrich Dürrenmatt traz em si o desejo de
vingança, quando a "velha senhora" se propõe a desmoralizar o
programa elogiado pela grande maioria dos seus compatriotas e pela população
beneficiada não o faz movida por qualquer sentimento puro, mas corrompida por
interesses escusos de farsantes, de idiotas no sentido grego do termo. A suposta
audácia da senhora demonstra muito como é possível fingir e enganar, como o
dinheiro corrompe a alma humana.
Inequivocamente estamos a viver tempos de tragédias
e farsas. Isto é o que está acontecendo no Brasil, na cidade e no campo. De um
lado temos os farsantes que elaboram a trama, idiotas no sentido grego da
palavra. Do outro lado os espectadores da trama, a tragédia ou farsa, que são
tidos com idiotas no sentido latino da palavra, ou sejam, os eternos bobos da
corte.
Por: MIGUEL DOS SANTOS CERQUEIRA,
Defensor Público, titular da Primeira Defensoria Pública Especial Cível do
Estado de Sergipe, Coordenador do Núcleo de Defesa de Direitos Humanos da
Defensoria- E-mail: migueladvocate@folha.com.br
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