Sociedade civil organizada e parlamentares estão
mobilizados por mais recursos para a saúde. No mesmo dia em que dezenas de
entidades se organizaram em uma marcha pela Esplanada dos Ministérios até o
Congresso em defesa da saúde, a Câmara instalou uma comissão especial para
discutir o financiamento público do setor. A ideia é, principalmente, garantir
a destinação de, no mínimo, 10% das receitas correntes brutas da União para a
saúde.
Segundo o presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves, a regulamentação da Emenda 29, em 2012 (Lei
Complementar 141/12), não
produziu a solução esperada. Por isso, na avaliação do presidente, o tema volta
à discussão. “Essa comissão especial vai buscar caminhos, propostas, um diálogo
produtivo com o governo para que encontremos uma solução que venha a atender a
expectativa imensa do Brasil, de todos os estados, que é dar uma saúde de
respeito e altivez ao cidadão”, afirmou o presidente.
A
comissão especial será presidida pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), que
também é coordenador da Frente Parlamentar da Saúde. Perondi é ainda autor de
analisa projeto de lei complementar para destinar 10% das receitas da União
para a Saúde (PLP
123/12). O
relator será o deputado Rogério Carvalho (PT-SE).
“É uma grande honra ser escolhido Relator_da “CESAÚDE”_Comissão Especial de
Financiamento da Saúde. Este é um grande
desafio que a Câmara dos Deputados se propõe a enfrentar. Será um instrumento útil para a disputa
ideológica no diálogo com a sociedade e um outro desafio: fazer o SUS oferecer a todos o que cada um precisa”,
comentou Rogério Carvalho.
Foi escolhido 1º vice-presidente o Mandetta
(DEM-MS); 2º vice o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) e 3º vice o
deputado Dr. Paulo César (PSD-RJ).
Iniciativa popular
Iniciativa popular
As entidades da sociedade civil organizadas no
Movimento Nacional em Defesa da Saúde, Saúde + 10, também coletam há um ano
assinaturas para apresentar um projeto de lei de iniciativa popular com teor
semelhante. Até o momento, cerca de 1,2 milhão de assinaturas foram coletadas.
É necessário o apoio de, pelo menos, 1,3 milhão de cidadãos, mas a meta do
movimento é superar essa marca, como destaca o coordenador do Saúde + 10,
Ronald dos Santos.
“Na nossa avaliação, é possível a gente passar de
dois milhões de assinaturas. Essa demanda é do povo brasileiro. Por isso, um
projeto de iniciativa popular”, disse.
O movimento calcula que, com 10% das receitas da
União para a Saúde, seriam garantidos mais R$ 45 bilhões por ano ao setor. O
dinheiro, segundo a presidente do Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro
de Souza, ainda não seria suficiente, mas já seria um passo importante.
"No Norte e no Nordeste, o SUS é muito mais
fragilizado, mais caro fazer saúde nesses lugares. Estamos discutindo a
prioridade à atenção básica, a estruturação a rede pública de saúde nas
capitais, mas sobretudo no interior do País”, afirmou Para ela é preciso
valorizar os profissionais da área e alertou para a grande desigualdade
salarial.
Internação compulsória
Internação compulsória
Além de reivindicar mais recursos para a saúde, o
movimento nacional em defesa do setor também defendeu a rejeição do projeto que
prevê a internação compulsória de dependentes de drogas (PL 7663/10), pronto
para a pauta do Plenário. Na avaliação do Conselho Federal de Psicologia, que
participa do movimento, a internação compulsória não resolve o problema e
equipara o usuário a um criminoso.
Reportagem
- Ana Raquel Macedo
Edição –
Rachel Librelon e Pedro Carregosa
Agência
Câmara de Notícias
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