Absolutamente o
trabalho dignifica e honra o homem. A definição dada de trabalho pelo
Dicionário do Pensamento Social do Século XX é que o trabalho é o esforço
humano dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através do
dispêndio de capacidades físicas e mentais. Na juventude, Valdir Oliveira
Menezes, gozava dessas prerrogativas. Era homem de trabalho. “Meu negócio era ganhar dinheiro, nunca deixei de trabalhar”, revela.
Nascido no Berço da Cultura
Sergipana - Estância, no dia 28 de outubro de 1932, época que o Moinho
Fluminense, localizado no Rio de Janeiro estava em fama com a fabricação da
farinha de trigo de marcas Especial e Boa Sorte, e que tinha como agente em
Estância a firma Raymundo Ribeiro & Cia. Eram as farinhas de trigo melhores
do Brasil pela sua qualidade e rendimento.
Filho do ferroviário Valdivino Menezes e de D. Josefa Oliveira Menezes. O pai,
natural de Lagarto e a mãe de Salgado, Valdir Menezes, que vem de uma prole de
nove irmãos, com ele, fala que depois que seu pai se aposentou, logo montou em
Estância um depósito de bebidas e em seguida uma padaria para garantir o
sustento de sua família.
Gostando de trabalhar, Valdir Menezes se preocupava também em estudar com a
finalidade de mais tarde colocar em prática, no seu ofício de comerciante, o
que aprendeu na sala de aula. Foi ele, aluno de notáveis e conhecidíssimos
professores e estabelecimentos de ensino, como o Educandário São José, da
professora Joaquina de Souza. Depois freqüentou a excelente Escola do renomado
professor Azarias Santos e por último concluiu o curso de Contabilidade na
inesquecível Escola Técnica de Comércio da Estância, à época dirigida pelo seu
fundador, professor Oscar Fontes de Farias. Valdir recorda com grata satisfação
esses momentos agradáveis de estudante.
Valdir Menezes participava de toda a vida social e cultural de sua cidade
natal. Na flor da mocidade se alistou no Exército Brasileiro e serviu ao Tiro
de Guerra 140 (hoje TG 06-013), que tinha como Chefe de Instrução o sargento
Antônio Tavares (natural de Itabaiana). Lembra que prestou o serviço militar ao
lado de Ruy Nascimento, Raymundo Juliano, Varão, Mano, Pedro Siqueira e tantos
outros nomes de amigos.
A festa que mais gostava era o “São João”, tanto é que chegou a possuir uma
pequena indústria para a fabricação de fogos de artifícios, e o busca-pé era o
artifício que mais se fabricava por lá. Valdir conta que fazia de cinqüenta a
oitenta dúzias de busca-pés para vender
durante os festejos juninos de Estância e região. Uma grande quantidade de
busca-pés era vendida também para a cidade de Capela.
DONO DE PADARIA
A inclinação de Valdir Menezes era mais para ser dono de padaria. Sua vocação
era mesmo o comércio. A Padaria Lima, se localizava à Rua Manuel Rodrigues do
Nascimento (fundo com a agência bancária do Banese) lhe traz muitas lembranças.
Nessa ocasião funcionavam em Estância trinta e duas padarias. Valdir fornecia
pães até gratuitamente para o Hospital Amparo de Maria.
Chegou a ser agente da Usina Castelo, do usineiro Cantidiano Vieira, passando
pelo seu quadro funcional de oito a dez anos. E ainda trabalhou como vendedor
de açúcar da Usina Priapu, de Raymundo Menezes.
Valdir Menezes não ficava parado. De Salvador, Bahia, ele comprava farinha de
trigo para revender a outros donos de padarias em Estância e vizinhança. E
quando surgiu o Moinho Sergipe, deixou de comprar na Bahia e passou a fornecer
o produto fabricado pelo Moinho Sergipe. E assim passou trinta e dois anos
trabalhando no fabrico de pães e outros derivados do trigo até conseguir sua
aposentadoria como autônomo.
O VEREADOR
A trajetória de vida do filho de Valdivino não foi só dedicada ao fabrico de
pães e nem à fabricação de busca-pés. Valdir Menezes tem outras benevolências
dirigidas espontaneamente ao seu município, como ex-presidente do Estanciano
Esporte Clube, sócio e presidente do Cruzeiro Sport Club, dirigente dos clubes
Guarany, Cruz Vermelha e América, membro da Maçonaria, assinante de vários
jornais da cidade e atualmente tesoureiro da Sociedade Musical Lira Carlos
Gomes, dessa é um grande entusiasta.
Valdir Menezes tem da mesma forma, registrado na história da Câmara Municipal
de Estância, um importante trabalho como participante da atividade política do
município. Entrou para a vida pública estanciana pela sua popularidade e o seu
serviço prestado à população.
Convidado pelo advogado e presidente do Diretório Municipal da UDN – União
Democrática Nacional, Chiquito Pires, Valdir Menezes se filia ao partido e
posteriormente se lança candidato a vereador. Chegou a se eleger por três
vezes, vindo a assumir a presidência do parlamento municipal em duas
legislaturas: 1971 a 1972 e 1975 a 1976. Deixando a política, Valdir foi
trabalhar na Prefeitura Municipal como encarregado da limpeza pública.
Na união conjugal, Valdir Menezes constituiu duas famílias. Com D. Josefa
Rodrigues dos Santos (Zefita), teve duas filhas: Vânia e Valdira e do segundo
casamento com D. Maria Cordélia França, ele é pai de Valdivino, Simone, Júnior
e Adelmo.
Residindo atualmente à Praça 7 de Setembro, nº 40, no mesmo município em que
nasceu, o nosso homenageado, Valdir Menezes, permanece participando da vida
estanciana, muitas vezes recordando com pesar as coisas boas do seu tempo,
porém, mata a saudade dessa velha época ouvindo os acordes sonoros da Lira
Carlos Gomes quando a acompanha nas suas viagens.
Por Magno de Jesus
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