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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Morre o ex-vereador e comerciante Valdir Menezes



Absolutamente o trabalho dignifica e honra o homem. A definição dada de trabalho pelo Dicionário do Pensamento Social do Século XX é que o trabalho é o esforço humano dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através do dispêndio de capacidades físicas e mentais. Na juventude, Valdir Oliveira Menezes, gozava dessas prerrogativas. Era homem de trabalho. “Meu negócio era ganhar dinheiro, nunca deixei de trabalhar”, revela.


Nascido no Berço da Cultura Sergipana - Estância, no dia 28 de outubro de 1932, época que o Moinho Fluminense, localizado no Rio de Janeiro estava em fama com a fabricação da farinha de trigo de marcas Especial e Boa Sorte, e que tinha como agente em Estância a firma Raymundo Ribeiro & Cia. Eram as farinhas de trigo melhores do Brasil pela sua qualidade e rendimento.


Filho do ferroviário Valdivino Menezes e de D. Josefa Oliveira Menezes. O pai, natural de Lagarto e a mãe de Salgado, Valdir Menezes, que vem de uma prole de nove irmãos, com ele, fala que depois que seu pai se aposentou, logo montou em Estância um depósito de bebidas e em seguida uma padaria para garantir o sustento de sua família. 

Gostando de trabalhar, Valdir Menezes se preocupava também em estudar com a finalidade de mais tarde colocar em prática, no seu ofício de comerciante, o que aprendeu na sala de aula. Foi ele, aluno de notáveis e conhecidíssimos professores e estabelecimentos de ensino, como o Educandário São José, da professora Joaquina de Souza. Depois freqüentou a excelente Escola do renomado professor Azarias Santos e por último concluiu o curso de Contabilidade na inesquecível Escola Técnica de Comércio da Estância, à época dirigida pelo seu fundador, professor Oscar Fontes de Farias. Valdir recorda com grata satisfação esses momentos agradáveis de estudante.

Valdir Menezes participava de toda a vida social e cultural de sua cidade natal. Na flor da mocidade se alistou no Exército Brasileiro e serviu ao Tiro de Guerra 140 (hoje TG 06-013), que tinha como Chefe de Instrução o sargento Antônio Tavares (natural de Itabaiana). Lembra que prestou o serviço militar ao lado de Ruy Nascimento, Raymundo Juliano, Varão, Mano, Pedro Siqueira e tantos outros nomes de amigos.

A festa que mais gostava era o “São João”, tanto é que chegou a possuir uma pequena indústria para a fabricação de fogos de artifícios, e o busca-pé era o artifício que mais se fabricava por lá. Valdir conta que fazia de cinqüenta a oitenta dúzias de busca-pés para vender durante os festejos juninos de Estância e região. Uma grande quantidade de busca-pés era vendida também para a cidade de Capela.


DONO DE PADARIA

A inclinação de Valdir Menezes era mais para ser dono de padaria. Sua vocação era mesmo o comércio. A Padaria Lima, se localizava à Rua Manuel Rodrigues do Nascimento (fundo com a agência bancária do Banese) lhe traz muitas lembranças. Nessa ocasião funcionavam em Estância trinta e duas padarias. Valdir fornecia pães até gratuitamente para o Hospital Amparo de Maria. 

Chegou a ser agente da Usina Castelo, do usineiro Cantidiano Vieira, passando pelo seu quadro funcional de oito a dez anos. E ainda trabalhou como vendedor de açúcar da Usina Priapu, de Raymundo Menezes. 

Valdir Menezes não ficava parado. De Salvador, Bahia, ele comprava farinha de trigo para revender a outros donos de padarias em Estância e vizinhança. E quando surgiu o Moinho Sergipe, deixou de comprar na Bahia e passou a fornecer o produto fabricado pelo Moinho Sergipe. E assim passou trinta e dois anos trabalhando no fabrico de pães e outros derivados do trigo até conseguir sua aposentadoria como autônomo. 

O VEREADOR

A trajetória de vida do filho de Valdivino não foi só dedicada ao fabrico de pães e nem à fabricação de busca-pés. Valdir Menezes tem outras benevolências dirigidas espontaneamente ao seu município, como ex-presidente do Estanciano Esporte Clube, sócio e presidente do Cruzeiro Sport Club, dirigente dos clubes Guarany, Cruz Vermelha e América, membro da Maçonaria, assinante de vários jornais da cidade e atualmente tesoureiro da Sociedade Musical Lira Carlos Gomes, dessa é um grande entusiasta.

Valdir Menezes tem da mesma forma, registrado na história da Câmara Municipal de Estância, um importante trabalho como participante da atividade política do município. Entrou para a vida pública estanciana pela sua popularidade e o seu serviço prestado à população. 

Convidado pelo advogado e presidente do Diretório Municipal da UDN – União Democrática Nacional, Chiquito Pires, Valdir Menezes se filia ao partido e posteriormente se lança candidato a vereador. Chegou a se eleger por três vezes, vindo a assumir a presidência do parlamento municipal em duas legislaturas: 1971 a 1972 e 1975 a 1976. Deixando a política, Valdir foi trabalhar na Prefeitura Municipal como encarregado da limpeza pública. 

Na união conjugal, Valdir Menezes constituiu duas famílias. Com D. Josefa Rodrigues dos Santos (Zefita), teve duas filhas: Vânia e Valdira e do segundo casamento com D. Maria Cordélia França, ele é pai de Valdivino, Simone, Júnior e Adelmo.

Residindo atualmente à Praça 7 de Setembro, nº 40, no mesmo município em que nasceu, o nosso homenageado, Valdir Menezes, permanece participando da vida estanciana, muitas vezes recordando com pesar as coisas boas do seu tempo, porém, mata a saudade dessa velha época ouvindo os acordes sonoros da Lira Carlos Gomes quando a acompanha nas suas viagens.

Por Magno de Jesus


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