Que o brasileiro não vive sem celular não é dúvida para ninguém, mas existem muitos mitos em torno desse serviço, que é um dos mais utilizados pela população. Mais que uma ferramenta de comunicação, o celular se transformou em acesso à internet, meio de diversão, instrumento de trabalho e em uma infinidade de funções.
No Rio Grande do Sul, são cerca de 16 milhões de celulares e os serviços estão presentes em todos os 496 municípios, cumprindo a exigência de cobertura de 80% da área urbana do distrito-sede. A banda larga móvel já conta com 5 milhões de acessos e um tráfego de dados cada vez mais intenso.
E como atender a essa demanda diante dos obstáculos das legislações restritivas, especialmente de Porto Alegre? Não faltam às prestadoras vontade e recursos para investir, mas essa expansão está engessada pelos mitos criados em torno do tema.
O mais importante talvez seja a questão da saúde. Todos queremos ter um sinal de celular perfeito, mas não queremos saber das antenas perto de nós. Sem elas, porém, não há telefonia celular. E, para a instalação dessas antenas, as prestadoras seguem rigorosamente a Lei Federal 11.934/2009, com padrões estabelecidos internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde.
A OMS já publicou estudos que mostram que não existe evidência de que o celular faça mal à saúde e classificou a telefonia móvel no mesmo grupo em que está o cafezinho e o talco e com menos probabilidade de causar câncer que a luz solar.
A telefonia celular também não polui o meio ambiente. Pelo contrário, em muitos casos substitui os transportes, grandes emissores de gases de efeito estufa. Então, por que o licenciamento de antenas é tão demorado e enfrenta tanta burocracia? Em Porto Alegre, são exigidos mais de sete tipos de licenciamento.
E agora, com o 4G, será exigido um número ainda maior de antenas. Na capital gaúcha, cidade-sede da Copa do Mundo, serão necessárias 665 antenas de 4G até o fim do ano.
A CPI em curso é uma oportunidade para que as dúvidas da população sejam esclarecidas. E o setor se coloca à disposição para participar do debate, assim como vem participando de discussões em todas as esferas municipais e estaduais e com a sociedade civil. O setor espera que esses debates resultem em benefício da população, permitindo a expansão dos serviços, com cobertura adequada e atendimento da crescente demanda, acelerando o desenvolvimento sustentável e a inclusão social dos gaúchos na moderna sociedade da informação e do conhecimento.
Autor: EDUARDO LEVY -
engenheiro, diretor-executivo do SindiTelebrasil e da Febratel, integrante do Conselho Consultivo da Anatel, conselheiro do CGI.br
Em artigo foi publicado na edição de 8 de maio de 2013 do jornal Zero Hora.
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