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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

As drogas e o futuro dos jovens no Brasil

Por Mendonça Prado*

O Brasil precisa resolver, depressa!, vários problemas.  O mais grave deles está relacionado ao tráfico e ao consumo de drogas. Hoje, milhares de brasileiros, principalmente crianças e adolescentes,  são o alvo preferencial dos traficantes. Muitos dos nossos concidadãos já se tornaram dependentes químicos e diversos deles já ingressaram no mundo do crime, atraídos pela droga.

 Em razão das dimensões continentais e da proximidade com Estados precários, o Brasil possui  sérias dificuldades para, por intermédio dos órgãos competentes,  impedir a entrada da droga em seu território. Aliado a esses fatores, evidencia-se a falta de investimentos nas instituições, que deveriam ter  a competência para combater o crime, aumentando, sobremaneira, a  vulnerabilidade.

 É preciso majorar os efetivos da polícia federal e das forças armadas. É imperioso melhorar os seus respectivos orçamentos, visando à compra de modernos equipamentos e tecnologias. Chegada o é  a hora de declarar guerra ao tráfico e apressar a tomada dos bens e do dinheiro dos traficantes para empregar em políticas públicas de recuperação dos nossos jovens. Entretanto, além das providências que devem ser adotadas pelas autoridades, devemos assumir o compromisso de acender uma consciência cidadã, capaz de alertar pais e familiares para o devido tema,  responsabilidade de todos. Afinal de contas, muitos males  disseminaram-se em função das falhas da sociedade e da própria família. Os governantes são, indubitavelmente, os principais culpados. Mas, e os pais que não dão atenção aos filhos? E as famílias que se dispersam desprezando os valores e olvidando da importância do amor e da religião? Esse é um tema que todos nós temos a obrigação de discutir e, por sequência,  encontrar soluções.

Seria dispensável afirmar que estamos desprovidos de escolas de qualidade. Os professores e demais servidores da educação estão sendo mal remunerados e, por conseguinte,  desmotivados. As escolas não possuem  estrutura suficiente para assistir as crianças e prepará-las para enfrentar os desafios do mundo. Faltam psicólogos, assistentes sociais, cursos de capacitação e implementação de programas voltados para a construção da cidadania. São raros os estabelecimentos de ensino que desenvolvem ações e disciplinas que proporcionam, aos alunos, atividades culturais, artísticas, esportivas, línguas estrangeiras, noções de informática, enfim, algo apropriado para expandir os horizontes das nossas crianças e lhes proporcionar melhores condições para discernir sobre o que é bom ou  ruim. No universo da educação também se constata a ausência dos pais e da família -  muitos por irresponsabilidade, mesmo!, outros por falta de ciência sobre o  verdadeiro papel na edificação do futuro do  próprio filho.

Enquanto as distorções persistirem na estrutura social, e a falta de condições de trabalho marcar as instituições, a droga reinará, comprometendo o amanhã. Infelizmente, o número de dependentes químicos tem crescido assustadoramente. A constatação dá-se na presença do crack, uma droga feita a partir da mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio, que aumentou 700 % nos últimos quatro anos e se tornou uma epidemia. A fumaça do crack, ao ser  tragada por alguém, chega ao sistema nervoso central em apenas dez segundos e o efeito dura de três a dez minutos.  Ainda produz uma euforia superior à que é suscitada pela cocaína, e, após os efeitos do consumo,  causa uma depressão intensa. Isso leva o usuário a fazer um novo contato com a droga para aliviar o mal-estar e, por conseguinte,  tornar-se totalmente submisso.  O cidadão dependente químico passa a ter alucinações e paranóias, tornando-se débil ou incorreto.

Com a proliferação da droga, os índices de criminalidade avançam, o Brasil vai  tornando-se  um dos países mais violentos do mundo,  os dados do consumo das  drogas e os números da criminalidade relacionam-se: o progresso da droga representa a elevação dos indicadores da criminalidade. Diante desse contexto pessimista, temos que estar atentos, pois os aspectos maléficos fazem com que todos os cidadãos  transformem-se em reféns do  crime.

Destarte, em vez de preocupações outras como a construção de estádios, trem-bala, investimento em rede de supermercado, devemos voltar as nossas atenções para o combate às drogas e, consequentemente, para a redução da violência no nosso país. Além da implementação de políticas públicas em áreas fundamentais como segurança e educação, para prevenir e impedir o consumo, é imprescindível robustecer a saúde pública para resgatar e recuperar aqueles que se tornaram dependentes químicos.  Nós não podemos consentir que o crack, por exemplo,  mate os nossos compatriotas.

Não quero ser cafona,  nem conservador ao extremo, mas prefiro viver em país que opta por cantar, com amor à Pátria, o Hino Nacional, ainda imaginar uma nação na qual as crianças tenham escola em tempo integral e os pais, em vez de jogar sempre a culpa para os governantes, também cumpram a sua parte e eduquem bem os  filhos a ver a proliferação deste mal que assola a sociedade. Por isso, guerrear contra as drogas é uma missão do Estado, da sociedade e de cada cidadão. Não podemos cruzar os braços e permitir que o futuro continue descuidado. Vamos exigir do governo uma ação eficiente e nos impregnar do propósito de lutar em defesa das nossas crianças e de um destino melhor para o Brasil.

*Mendonça Prado é Advogado, Mestrando em Direito Tributário, Deputado Federal, Vice-Presidente Nacional do Democratas e Presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados.

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