Em agosto de 2014, a
Defensoria Pública do Estado, através do Núcleo da Saúde, conseguiu uma home
care para Brenda Merielly Barbosa
Bittencourt. A menina, que na época tinha
apenas quatro anos, era portadora de encefalopatia crônica grave e
hidrocefalia.
Após a Defensoria Pública ter conseguido a Liminar, a justiça obrigou
que o Estado instalasse uma home care em sua casa. Quando foi instalar a home
care, tendo em vista a situação de pobreza da mãe, a empresa apontou que não poderia
ser instalada, tendo em vista que o quarto teria que ter todas as condições
para receber a aparelhagem.
A partir daí, a Defensoria Pública, através da Assessoria de Comunicação,
desenvolveu uma campanha com a ajuda da imprensa. Deus atendeu ao apelo e, no
mês de setembro, o quarto da menina já estava todo reformado para receber a UTI.
Brenda, que estava internada na UTI Pediátrica do Huse desde 2012, vinha
lutando pela sua vida. No final do ano de 2014, recebi ligações da mãe Cátia
Regina, que estava desesperada ao informar que o Huse pedia para que a mesma assinasse
a transferência de Brenda para a enfermaria com a alegação de que ela já
estaria bem e que não necessitava mais ficar na UTI.
Ora, como uma criança com encefalopatia crônica grave e hidrocefalia, que
não podia viver mais sem aparelhos, poderia sobreviver numa enfermaria? A
pergunta que não quer calar: Porque eles queriam tanto transferir a menina?
Com receio de transferirem Brenda para enfermaria e por temer pela vida
da criança, Cátia reduziu as visitas e mandou que parentes fossem ver a menina
até que conseguisse levá-la para casa.
Após ter se negado a transferir Brenda para a enfermaria, Cátia foi
surpreendida com uma ação por abandono de incapaz. Como uma mãe que luta pela
vida da filha, pede ajuda e é acusada por abandono de incapaz?
Hoje, recebi a triste notícia da morte dessa menininha, que deixou um
exemplo de que não importa se é incapaz, se é portadora de hidrocefalia, mas
que todos têm direito à vida!
Se houve negligência, que Deus puna os verdadeiros culpados, porque
infelizmente jamais iremos provar se Brenda foi para o céu no seu tempo ou se
alguém antecipou a sua morte.
Aqui, fico com as aspas da mãe: “Meu maior sonho é trazê-la para minha
casa e ficar perto de minha filha. Há dois anos não sei o que é dormir e sofro
quando tenho que ir visitá-la no hospital, mas nunca vou desistir dela”, Cátia
Regina Coelho Barbosa.
Que a lição de Brenda toque o coração de todos!
Débora Matos – Jornalista
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