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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Tratamento do Mieloma Múltiplo no Brasil é prejudicado por falta de sensibilidade da Anvisa, afirma especialista


Demora no registro da Lenalidomida pela agência reguladora brasileira impede maior e melhor qualidade de vida para pacientes portadores da doença O tratamento de mieloma múltiplo no Brasil está cada vez mais distante do oferecido na Europa e na América Latina, o que vem impedindo milhares de pacientes de ter maior e melhor qualidade de vida. 

Foi o que constatou o Dr. Ângelo Maiolino, durante a 11ª reunião da Italian-Brazilian Association of Hematology – AIBE, que reuniu, nos dias 13 e 14 de setembro, os maiores especialistas dos dois países em doenças oncohematológicas.

Atualmente, os pacientes de mieloma são tratados em mais de oitenta países com uma combinação de vários medicamentos, incluindo os que pertencem a uma categoria conhecida como imunomoduladores, explicou o especialista que preside a AIBE. Maiolino disse que a falta de um deles no arsenal terapêutico tira do paciente a chance de viver mais e melhor.

Dois especialistas presentes, com estudos publicados em renomadas revistas internacionais, disseram que pacientes que apresentam recaída ou piora das condições de saúde precisam ser tratados com o medicamento lenalidomida. 

“Para os que estão se preparando ou os que passaram por transplante de medula óssea, o uso desse imunomodulador é fundamental'', disse o médico Ignazio Majolino, do hospital São Camilo de Roma. Já o médico Mario Boccadoro, do hospital San Giovanne, de Turim, ressaltou que a lenalidomida é menos tóxica que a talidomida e possui menor efeito colateral. "Além disso, o paciente de mieloma precisa ser tratado de forma personalizada."

Professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), diretor da ABHH (Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular) e autor de vários estudos sobre mieloma múltiplo publicados em revistas internacionais de grande prestígio, Ângelo Maiolino explicou que, apesar de o medicamento estar aprovado em mais de 80 países, no Brasil, o registro ainda não saiu, prejudicando milhares de pacientes.

“Na Europa e nos Estados Unidos, a lenalidomida, além de ser amplamente usada para tratamento do mieloma múltiplo, há vários estudos publicados sobre seus benefícios também para linfomas e leucemias. No Brasil, entidades de pacientes e de médicos reivindicam a aprovação. A solicitação é apenas para pacientes com recaída, como segunda opção; no entanto, nem diante desse quadro a Anvisa se mostra sensível aos apelos da comunidade cientifica”, concluiu Maiolino.

Fonte: RS Press
Andressa Dantas 
Thiago Nassa 

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