Pela primeira vez, uma
mulher aparentemente com 45 anos terá o seu registro de nascimento. A
informação foi da irmã Rosileide Maria Santos, moradora do município de São
Cristóvão, que conseguiu localizar Josefa Maria Santos Costa após 30 anos de
desaparecida.
Rosileide foi procurar ajuda
da Defensoria Pública na Ação Global, realizada no último sábado (5), na Escola
de Ensino Fundamental Roberto Simonsen. Segundo ela, a irmã – que nunca teve um
registro de nascimento – desapareceu quando tinha 13 anos. “Ela sumiu de casa
para morar com um suposto namorado e depois desse dia não tivemos notícias
dela, que só foi encontrada com mais de 30 anos na Vila Operária, um povoado da
Cidade de Penedo, em Alagoas”, relata.
Desesperada, a família
buscava notícias do paradeiro de Josefa, mas nunca conseguiu uma informação
concreta. Somente no mês de abril deste
ano, através de uma assistente social e a agente de saúde de Penedo, é que os
familiares finalmente conseguiram localizá-la. “Elânia entrou em contato
informando que havia uma mulher morando na rua e que a tinha colocado em um
colégio municipal. Pediram para ir ao encontro para averiguar se era minha irmã
e, para felicidade de todos, era ela. Infelizmente, meu pai morreu antes de
revê-la, mas graças a Deus e a todos que ajudaram, nossa família hoje está em
paz”, conta aliviada.
De acordo com Rosileide, a
irmã nunca teve registro porque os pais não se preocupavam em registrar os dez
filhos. “Morávamos no interior e nenhum foi registrado ainda criança. Dos 10
filhos – apenas dois dos quatro que estão vivos - tiveram certidão de
nascimento. Eu tirei a minha aos 18 anos porque engravidei e precisei casar,
mas tenho outro irmão um pouco mais novo que Josefa que também não tem
certidão”, afirmou.
Devido aos maus tratos sofridos
na época em que vivia na rua, a saúde de Josefa é fragilizada. De alguns filhos
que ela teve quando morava na rua e que, segundo a irmã, foram doados a outras
pessoas, apenas um de seis anos mora com ela, o qual também não tem registro.
“Tenho vontade de colocar meu sobrinho na escola e levar minha irmã ao médico,
mas não posso porque eles não têm certidão de nascimento. Ela depende de
remédio controlado e não tem condições de trabalhar, por isso vim pedir ajuda à
Defensoria Pública”, conclama.
“Já fui a vários lugares
tentando resolver essa situação. Já bati em várias portas para pedir ajuda nos
Fóruns e no Tribunal de Justiça, mas todos informaram que não tinha solução.
Graças ao doutor Antonio ela vai conseguir o registro”, se emociona.
O defensor público Antonio
Carvalho da Cunha garantiu que a situação de dona Josefa, do irmão e do filho
pode ser resolvida. “Arrolaremos testemunhas para comprovar as circunstâncias
do nascimento da Josefa. Mesmo que a mãe lembre somente o ano em que ela nasceu,
o suprimento poderá ser concedido.”, explicou.
Satisfeita com a orientação
do defensor público, Rosileide se diz aliviada e confiante. “Meu pai é
falecido, minha mãe mora comigo em São Cristóvão e tenho mais dois irmãos que
residem na cidade de Arapiraca, em Alagoas. Infelizmente, minha mãe só lembra
apenas do ano que Josefa nasceu que foi em 1967, mas o importante é que tudo
poderá ser resolvido. Graças à Defensoria e ao doutor Antonio, estou saindo tranqüila
e feliz”, comemora.
A Defensoria Pública do
Estado está prestando assistência jurídica, como também assistência
psicossocial a Josefa, através da psicóloga do Centro Integrado de Atendimento
Psicossocial (Ciaps), Syrlene Besouchet.
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