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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Mulher com mais de 40 anos terá o seu primeiro registro através da Defensoria Pública do Estado

Josefa Maria Santos Costa
Pela primeira vez, uma mulher aparentemente com 45 anos terá o seu registro de nascimento. A informação foi da irmã Rosileide Maria Santos, moradora do município de São Cristóvão, que conseguiu localizar Josefa Maria Santos Costa após 30 anos de desaparecida.

Rosileide foi procurar ajuda da Defensoria Pública na Ação Global, realizada no último sábado (5), na Escola de Ensino Fundamental Roberto Simonsen. Segundo ela, a irmã – que nunca teve um registro de nascimento – desapareceu quando tinha 13 anos. “Ela sumiu de casa para morar com um suposto namorado e depois desse dia não tivemos notícias dela, que só foi encontrada com mais de 30 anos na Vila Operária, um povoado da Cidade de Penedo, em Alagoas”, relata.
Desesperada, a família buscava notícias do paradeiro de Josefa, mas nunca conseguiu uma informação concreta.  Somente no mês de abril deste ano, através de uma assistente social e a agente de saúde de Penedo, é que os familiares finalmente conseguiram localizá-la. “Elânia entrou em contato informando que havia uma mulher morando na rua e que a tinha colocado em um colégio municipal. Pediram para ir ao encontro para averiguar se era minha irmã e, para felicidade de todos, era ela. Infelizmente, meu pai morreu antes de revê-la, mas graças a Deus e a todos que ajudaram, nossa família hoje está em paz”, conta aliviada.
De acordo com Rosileide, a irmã nunca teve registro porque os pais não se preocupavam em registrar os dez filhos. “Morávamos no interior e nenhum foi registrado ainda criança. Dos 10 filhos – apenas dois dos quatro que estão vivos - tiveram certidão de nascimento. Eu tirei a minha aos 18 anos porque engravidei e precisei casar, mas tenho outro irmão um pouco mais novo que Josefa que também não tem certidão”, afirmou.
Devido aos maus tratos sofridos na época em que vivia na rua, a saúde de Josefa é fragilizada. De alguns filhos que ela teve quando morava na rua e que, segundo a irmã, foram doados a outras pessoas, apenas um de seis anos mora com ela, o qual também não tem registro. “Tenho vontade de colocar meu sobrinho na escola e levar minha irmã ao médico, mas não posso porque eles não têm certidão de nascimento. Ela depende de remédio controlado e não tem condições de trabalhar, por isso vim pedir ajuda à Defensoria Pública”, conclama.
“Já fui a vários lugares tentando resolver essa situação. Já bati em várias portas para pedir ajuda nos Fóruns e no Tribunal de Justiça, mas todos informaram que não tinha solução. Graças ao doutor Antonio ela vai conseguir o registro”, se emociona.
O defensor público Antonio Carvalho da Cunha garantiu que a situação de dona Josefa, do irmão e do filho pode ser resolvida. “Arrolaremos testemunhas para comprovar as circunstâncias do nascimento da Josefa. Mesmo que a mãe lembre somente o ano em que ela nasceu, o suprimento poderá ser concedido.”, explicou.
Satisfeita com a orientação do defensor público, Rosileide se diz aliviada e confiante. “Meu pai é falecido, minha mãe mora comigo em São Cristóvão e tenho mais dois irmãos que residem na cidade de Arapiraca, em Alagoas. Infelizmente, minha mãe só lembra apenas do ano que Josefa nasceu que foi em 1967, mas o importante é que tudo poderá ser resolvido. Graças à Defensoria e ao doutor Antonio, estou saindo tranqüila e feliz”, comemora.
A Defensoria Pública do Estado está prestando assistência jurídica, como também assistência psicossocial a Josefa, através da psicóloga do Centro Integrado de Atendimento Psicossocial (Ciaps), Syrlene Besouchet.

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