Recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados, o Plano Nacional de
Educação prevê como meta o investimento público de 10% do PIB para a educação
em até 10 anos. De acordo com o INEP – Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais – o valor atual é de 5,1% do Produto Interno Bruto. Com
o aumento de recursos, caberá aos gestores públicos, caso o projeto passe pela
sanção do Senado, elencar projetos e formas de utilizar a verba.
A maior parte destes recursos é aplicada no ensino superior, com o custeio das
universidades federais. Contudo, educadores e especialistas na área acreditam
que seja o momento de equilibrar esta distribuição: “com mais fontes, o país
poderá investir na educação básica e, assim, dará mais condições para que
crianças e adolescentes possam frequentar universidades”, afirma Gabriel Costa,
diretor pedagógico do site Seu Professor – ferramenta que oferece reforço
escolar virtual para estudantes do ensino fundamental e médio – com experiência
de 15 anos no setor de educação.
Este déficit na educação básica é visto por Costa no dia a dia: “Observamos que
mais de 30% dos alunos de uma sala de aula presencial regular não conseguem
absorver o assunto lecionado em uma aula de 50 minutos, e acabam saindo das
aulas com dúvidas que não são sanadas em casa”, afirma. Por isso, o educador vê
como fundamental maior atenção aos estudantes do ensino fundamental e médio:
“hoje o aluno utiliza com muita facilidade a tecnologia, passa muito tempo
conectado. Precisamos planejar a educação de forma a atrair este jovem”.
“Isso pode ser visto nos altos índices de repetência e evasão escolar
apresentados no país, ainda incompatíveis com uma economia do tamanho do
Brasil”, explica. Para o profissional, aplicar mais recursos na educação
infantil garante um melhor desenvolvimento da criança e aumenta as chances de
sucesso em sua trajetória escolar.
Entre as 20 metas estabelecidas pelo PNE estão o aumento no investimento em
educação pública, ampliação de vagas em creches, erradicação do analfabetismo e
a oferta de ensino em tempo integral em 50% das escolas públicas. O Brasil
deverá atingi-las em dez anos. A proposta foi aprovada pela Câmara e seguirá
para avaliação e votação no Senado.
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