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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Márcio Garcez faz exposição na Câmara dos Deputados sobre Lambe-sujos e Caboclinhos



Lambe-Sujos
A exposição Lambe-sujos e Caboclinhos apresenta quarenta fotografias da tradicional festa que narra o combate entre escravos e índios, na histórica cidade de Laranjeiras, em Sergipe, Patrimônio Histórico Nacional. Nas fotos da festa, que acontece sempre no segundo domingo de outubro, estão a dança do folguedo, comidas típicas, manifestações teatrais, gestos e performances. Os Caboclinhos, índios catequizados pelas missões jesuítas, participam do evento figurando como “auxiliares de captura” dos escravos fugitivos e refugiados nos quilombos – os Lambe-sujos. Fotógrafo premiado e com publicações em várias revistas, Márcio Garcez mostra os dois grupos com imparcialidade para buscar a melhor imagem da tradicional manifestação folclórica e cultural.


Márcio Garcez atualmente é um dos mais requisitados e premiados fotógrafos da nova geração de sergipanos. Não sem razão, foi selecionado em edital nacional, com o conceito “A” pela Comissão Consultiva do Espaço Cultural da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Desde o final do século XIX, em todos os segundos domingos do mês de outubro, ocorre esse tradicional embate nas ruas calçadas de pedras de Laranjeiras. Os protagonistas são os habitantes da cidade, os visitantes curiosos e os vários turistas, que são seduzidos pelo forte apelo popular da manifestação cultural, e tornam-se coadjuvanes do folguedo.

A cidade é tomada pelo aroma do mel de cabaú que, mesclado à tinta preta, cobre todo o corpo dos *Lambe-sujos*, deixando à vista o expressivo olhar dos personagens e o vigoroso vermelho dos gorros. As armas são foices manipuladas por mãos calejadas que trazem a marca do trabalho escravo nos canaviais. Chupetas e cachimbos completam a caracterização. Já os Caboclinhos, pintados de tinta vermelha, armados com arcos e flechas e ornados com penas, à moda indígena, formam pequenos grupos que entram em cena para perseguir os escravos fugitivos. Os Lambe-sujos são irreverentes, enquanto os Caboclinhos são mais contidos, como guerreiros sempre aptos à luta.

O evento começa no sábado, com o cortejo que percorre as feiras livres e o mercado municipal. O objetivo é angariar alimentos que serão utilizados no almoço oferecido no dia seguinte a todos os participantes do evento. O domingo já amanhece em festa, com muito som feito por diferentes instrumentos. Os desfiles acontecem durante todo o dia pelas estreitas ruas da cidade. As pessoas que não atendem aos pedidos de donativos dos Lambe-sujos são meladas pela tinta preta, fato que dá o tom da brincadeira. Depois do almoço, ocorre o ápice da festa, quando as princesas dos Lambe-sujos são sequestradas e inicia-se a “guerra”. Os negros são vencidos.

Com informações do Jornal da Câmara

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