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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Para Gualberto, eleição antecipada foi ‘golpe político’

Surpreendido com uma convocação intempestiva para deflagrar o processo de votação da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para o biênio 2013/2014, o deputado estadual Francisco Gualberto (PT), líder do governo, disse que a eleição representa um ‘golpe político na casa da democracia’. A convocação foi feita pela atual presidenta, Angélica Guimarães (PSC), já reeleita, e contestada com veemência por Gualberto e outros deputados da base governista.

“A eleição não foi realizada em clima de harmonia, como deveria ser, mas de ruptura política. A prova disso é que o partido do governador, o PT, está fora da Mesa”, frisou o líder. “Eu não vim hoje para a Assembleia sabendo que a eleição da Mesa estava definida. Vim preparado para sair às 18 horas e ir ao Palácio do Governo para dar a minha contribuição no processo. Por isso me sinto golpeado”, afirmou Gualberto.

Além de deixarem de fora da chapa a atual primeira secretária, Conceição Vieira (PT), foi excluído também o vice-presidente Garibaldi Mendonça (PMDB). Ou seja, os partidos do governador Marcelo Déda e do vice, Jackson Barreto, foram preteridos da composição da nova Mesa Diretora. E isso tudo sem conversa alguma. “Não dá para fazer uma composição dessas sem acordo político, sem consenso. Angélica sempre foi minha candidata. Nunca tinha identificado nesta Casa alguma vontade contrária a ela na hora da reeleição”, explicou.

Consciente de que o regimento da Casa permite a antecipação do pleito, Francisco Gualberto afirmou que não é de bom senso utilizar do expediente para atender interesses ocultos. “Dessa forma, o primeiro mandato da chapa fica de um ano, e o segundo de três anos. Isso muda a Constituição estadual. Não foi para isso que sugerimos a alteração do regimento em 2008”, admite o parlamentar, que por várias vezes afirmou que não se trata apenas da antecipação da eleição da Mesa. “Temos consciência da real intenção desse grupo. A forma não é o problema, mas sim o conteúdo. Sabemos o que está por trás disso tudo, que é a eleição de 2014”.

Francisco Gualberto alertou para um possível questionamento jurídico sobre o caso. Segundo ele, a antecipação de 2008, quando a eleição marcada para fevereiro do ano seguinte ocorreu em dezembro, foi feita após amplo entendimento entre os deputados que queriam a permanência de Ulices Andrade no posto. “Não tínhamos o espírito da maldade.

Ninguém pensava em manobras. Era apenas uma combinação política. Totalmente diferente do que ocorreu agora”, disse, lamentando o episódio. “Mas a história vai cobrar de alguém o que está ocorrendo
hoje. Já vimos isso acontecer antes”, garante.

Nove deputados governistas apoiaram a posição de Gualberto e não participaram da eleição da Mesa. Além do líder, se retiraram do plenário na hora da votação Conceição Vieira (PT), Gustinho Ribeiro
(PSD), Ana Lúcia (PT), João Daniel (PT), Luís Mitidieri (PSD), Jeferson Andrade (PSD), Garibalde Mendonça (PMDB) e Zezinho Guimarães (PMDB). “Se foi um rompimento mesmo, seja o que Deus quiser daqui pra frente. Temos que assumir isso”, finalizou Gualberto, avisando que será parte interessada num possível processo jurídico contra a eleição.

Por Gilson Souza

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