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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A OMISSÃO QUE MATA

Vinte e seis motociclistas perderam a vida no trânsito de Aracaju no primeiro semestre de 2011, número que se aproxima do total de mortes em motocicletas de 2010, 32 vitimas. Mantida a progressão teremos próximo de 60 vidas ceifadas este ano em decorrência da omissão generalizada que contagia os sergipanos.
 
O poder público, a revelia da razão e do que determina a legislação, permite o trânsito descontrolado de ciclomotores e atende a “lógica” do temor de não alcançar os melhores resultados eleitorais no ano que vem.  Vejo com estranheza que as últimas decisões sobre ciclomotores e “pardais” atendam especialmente as criticas de opositores.

Até em supermercados a venda indiscriminada dos veículos que deveriam ter sua velocidade limitada a 50 km/h (ciclomotores), continua sendo apresentada como vantajosa a população. Implícito está a vantagem de não ser necessário o emplacamento, logo, livre de fiscalização.

A presença de jovens, muitos flagrantemente adolescentes e certamente com a conivência de seus responsáveis, continua marcando as avenidas da cidade. É notória a falta de capacetes, luzes, espelhos, enfim, são jovens treinados pelos pais a serem infratores já antes de serem responsáveis pelo que fazem.

Penso que a educação para o trânsito deve ocupar todos os espaços de convivência social: escolas, igrejas, famílias, centro comunitários e, sobretudo os centros de formação de condutores. Campanha educativa se faz usando mídias próprias, tv, rádio, panfleto e até abordagem feita diretamente nas vias. Mas, acredito que blitz feita por agentes de trânsito, municipais ou estaduais, não pode resultar em orientação sem punição sob pena de colocá-los em descrédito. Identificar o infrator e não punir é prevaricar.

Enquanto as autoridades não se posicionarem com firmeza no combate aos infratores. Enquanto a iniciativa privada limitar a sua preocupação ao faturamento e as famílias continuarem mostrando a incapacidade de estabelecer limites e conter os ímpetos dos adolescentes. Enquanto educação para o trânsito tiver foco nos veículos que estão nas vias ao invés de priorizar os agrupamentos sociais, continuaremos matando por omissão e interrompendo vidas quase sempre jovens.

Sydnei Ulisses é instrutor de trânsito – sydneiulisses@gmail.com

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